Crítica — Superman (2025)

Uma era de renascimento para o Universo DC.

11/07/2025, 10:33 / Por: Por: Leonardo Lima
Crítica — Superman (2025)

O novo Superman, dirigido por James Gunn, inaugura oficialmente a nova fase do Universo DC nos cinemas com uma proposta mais leve, otimista e acessível. A produção abandona o tom sombrio de versões anteriores para resgatar a essência clássica do herói, apresentando como um símbolo de esperança em tempos turbulentos e faz isso com personalidade e identidade própria.

A direção de Gunn é reconhecível desde os primeiros minutos. Sua mistura característica de humor, ação estilizada e sensibilidade emocional está presente ao longo do filme, ainda que o primeiro ato apresente um ritmo mais morno, com certa dificuldade de engajamento emocional. À medida que a narrativa avança, no entanto, o filme encontra seu equilíbrio e acerta ao unir coração, espetáculo e carisma.

"Lois Lane é uma das melhores versões da personagem”

David Corenswet assume o papel de Superman com segurança e carisma. Sua performance entrega uma leitura fiel ao espírito do personagem, equilibrando vulnerabilidade e firmeza. O destaque fica para sua química com Rachel Brosnahan, que interpreta uma Lois Lane excepcional, inteligente, determinada e afiada. Brosnahan brilha em cena e oferece uma das versões mais completas da personagem nos cinemas, com uma abordagem dura, mas profundamente humana.

Outro ponto alto é Nicholas Hoult, que vive uma versão intensa e psicótica de Lex Luthor. Seu Luthor é movido por uma obsessão sombria, disposto a tudo, inclusive manipular a opinião pública por meio das redes sociais para destruir o Superman. A construção do vilão resgata a ameaça ideológica clássica do personagem, mas com uma camada moderna de paranoia e desinformação, que dialoga diretamente com o mundo atual.

“Sádico, psicótico e fiel ao material original.”

Apesar da presença de grandes nomes, quem rouba a cena é Krypto, o supercão. Todas as vezes em que aparece, o personagem adiciona humor e emoção, sem parecer forçado, um recurso que poderia facilmente sair do controle, mas que aqui funciona de forma surpreendentemente eficaz.

“Krypto foi o coração do filme"

O filme também apresenta a Gangue da Justiça, grupo formado por Guy Gardner (Lanterna Verde), Mulher Gavião e Sr. Incrível. Embora suas participações sejam pontuais, os três personagens estão muito bem trabalhados, com destaque especial para Nathan Fillion, que incorpora um Guy Gardner provocador e terrivelmente carismático, digno das páginas das HQs.

Visualmente, Superman é impecável. As cenas de ação, especialmente a luta final, são coreografadas com intensidade e criatividade, remetendo diretamente à linguagem dos quadrinhos. A fotografia, os efeitos especiais e a trilha sonora ajudam a criar uma experiência cinematográfica envolvente. O humor, mesmo presente em abundância, tem momentos irregulares e algumas piadas, especialmente de personagens secundários, soam deslocadas ou exageradas.

"Superman representa um passo firme na reconstrução do universo DC. É um filme que respeita o legado do personagem, mas não tem medo de reinventá-lo com frescor e coração."

O roteiro ainda tenta abordar questões geopolíticas, inserindo o Superman em um cenário mais global e discutindo como os governos e as nações enxergam sua existência. No entanto, essa camada política é tratada de forma superficial, sem aprofundamento suficiente para causar real impacto na narrativa.


Ainda assim, Superman representa um passo firme na reconstrução do universo DC. É um filme que respeita o legado do personagem, mas não tem medo de reinventá-lo com frescor e coração. O resultado é uma obra divertida, emocionalmente acessível e cheia de personalidade, indicada tanto para os fãs quanto para o público geral.

O filme resgata o otimismo e o heroísmo clássico do personagem com energia, carisma e um novo fôlego criativo. Um recomeço promissor para o herói e para a DC nos cinemas.

Nota: ★★★★☆ (4/5)



Por: Leonardo Lima.
Publicitário, fotógrafo, louco por quadrinhos e apaixonado pela cultura geek.

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